O que me escorre das mãos não é o orgasmo do teu corpo mas a água da tua alma. Quando mergulho dos dedos no cálice, molho-me da tua essência viscosa e quente, do desejo, húmido e fremente.

O que me corre nas veias não é o teu sangue mas a fluidez do teu prazer, essa forma despudorada com que me olhas, essa abertura de ancas com que recebes o que é meu, fazendo-o teu.

O que me pinga dos lábios não é o teu beijo mas a saliva salgada do teu íntimo, esse gozo almiscarado com que me matas a sede.

© 2022 - António Almas




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