Semeio-te silêncios na ponta dos dedos, calo a boca quando os passas nos meus lábios. Enrola-os na minha língua como se fosse feita de papel em branco. Escreve-lhe com a tinta do teu corpo.

Puxa-me contra as paredes da tua pele, afoga-me na vaga dos teus seios hirtos de prazer, mata-me nas frestas escuras do teu ente.

Anda! Segue-me como quem persegue o destino, cobre-me como a noite faz ao dia, esconde-me no âmago húmido da tua essência.

Deixa-me ser o narrador do braile dos teus poros, aquele que te sabe de cor, que lê de olhos vendados e mãos atadas um corpo despido de nadas.

© 2022 - António Almas




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