É na penumbra que te encontro luz, no escuro que te vejo estrela, no silêncio que te escuto som e no meu corpo que te sinto toque. Dirão que estou louco por encontrar-te nestes lugares inusitados, dirão e não errarão, porque só pode estar louco quem sente o outro como se sente, quem sabe o outro como sabe de si mesmo, quem toca como se toca.

Pouco me importa o que dirão de mim, que tonteiras me acharão, se ou poeta ou não, tresloucado ou pateta. O que realmente me importa é que te vejo, sinto a tua fragrância, saboreio os teus lábios e prendo-me nas tuas ancas. Pouco me importa se és convencional ou ilusão, se existes ou não, porque aquilo que me acordas é tanto mais que preenche a minha solidão.

© 2022 - António Almas




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