Que dizer-te dum tempo que já não tem tempo? Talvez o que ficou de ti escrito nos meus lábios, o que escondi dum instante em silêncios guardados a sete chaves. Se houvesse mais um passo eu teria morrido nos teus braços. Se tivesse tocado o ínfimo espaço entre o teu dia e a nossa noite jamais seria o mesmo homem.

Houve medos, contos que não contámos, caminhos não percorridos que nos deixaram ambos no mesmo sítio. No chão, quando por ali passo ainda estão marcados os passos dados lado a lado.

Foi uma semente que não germinou, uma flor que não floresceu e uma árvore que não nasceu mas frutificou num mundo à parte deste mundo vazio de nós.

© 2021 - António Almas



Comentários

  1. Talvez o tempo não tenha perdido o tempo. Talvez as lembranças sejam pedaços de alma a vaguear nos teus sonhos. Talvez nos teus silêncios entoem as mais belas melodias do Universo. Talvez os teus passos estejam acompanhados de ausências presentes. Talvez as sementes das palavras tenham germinado em jardins proibidos e as flores propalado as suas fragrâncias na memória das tuas letras. Talvez essa árvore tenha frutificado e o sabor dos seus frutos esteja à tua espera tão cheio de ti.

    Beijinhos 😘

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Talvez Fanny, talvez apenas falte ao pássaro pousar na árvore e provar o doce néctar dos frutos que por ele esperam. Tão lindo o que escreveste. Obrigado. um beijo.

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares