Eras Janeiro de noites longas, Fevereiro de água no riacho, Março de tardes solarengas, Abril em flor e um Maio maduro que deixava na minha boca o sumo dos seios.
Eras um calendário, dias desiguais, noites que não acabavam mais e o frio das mãos, o Verão dos corpos e todas as estações numa só pele. Eras um beijo em fim de Agosto com a saudade de regressar, ou Outubro vermelho de folhas por podar, um Dezembro de fogo intenso entre os aconchegos das vontades de estar pele sobre a pele, como a caneta e o papel.
Eras as horas intensas de prazer, minutos de insanas loucuras e segundos de tristezas puras, vontades de naufragar e um Junho por anunciar.
Ah! Como eu me lembro de Julho, Setembro ou Novembro, desses lugares sem fim que nos levavam a deambular pelo teu corpo feito jardim.
© 2022 - António Almas
Magnífico! E esta música a trazer tantas e tão boas e inocentes recordações...
ResponderEliminarMuito obrigado querida amiga. É verdade esta música é um portal para outro momento de inocência e fabulosas recordações. Beijinhos.
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