Sabes o espaço que há entre os dedos? Quase ínfimo, quase preenchido de pequenos segredos? É lá que descubro as palavras que me ditas, é lá que nascem atrevimentos, noites mal dormidas e até medos. Ali, entre dedos, a raiz se faz caule, o tronco se faz árvore e tu te fazes floresta, silêncio e murmúrio cálido nas noites dum verão anunciado.

Nada acontece por acaso e nesta matemática universal, tu és mais que átomo, complexa molécula ou corpo esbelto traçado a bico de lápis, tu és mulher eterna, Deusa perene e estrela que brilha no céu escuro de muitas noites.

Eu apenas olho através das lentes da minha imaginação, vejo o brilho inconstante em completa mutação e deliro com as nuances de cor com que te vestes a cada madrugada, completamente nua e brilhante, no céu da alvorada.

© 2021 - António Almas



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