No voo livre das tuas asas feitas de palavras há um poema a ser escrito, uma página a ser lida em cada despertar do dia. No teu corpo há uma linha curva com que te contorno como se fosse eu um calígrafo. Esta ciência oculta escondida por detrás de sorrisos e nas entrelinhas dos textos é como uma sociedade secreta tatuada na tua pele nua.

Não te decifro porque saiba ler, descodifico-te porque me ensinas como devo tocar-te, como respirar o ar que exalas e como mergulhar nas águas do teu mar. Afogo-me no éter, qual naufrago moribundo para nascer do lado inverso desse teu céu translúcido e fluido onde me matas a sede de te possuir e o desejo de te morder os lábios num beijo velado.

© 2021 - António Almas



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