Podes ver-me? Mesmo que não tenha corpo? Consegues sentir-me presente? Mesmo que não esteja? Eu tenho a certeza que sentes, que percebes o invisível no ar, que no silêncio ouves vozes e conhece-las como se fossem minhas.

Não me temas porque mesmo ausente eu sou o teu presente. Essa palavra que ecoa na tua mente, esse desespero de querer e não saber onde encontrar o querido. Sou eu dentro de ti! Um ser ferido à espera de cura, uma brecha que sangra à espera que sarem todas as feridas.

Sente-me, mas sente verdadeiramente, atreve-te a arrancar as dores e deixar a pele solta para que sinta como as minhas unhas se cravam na tua carne segurando-te da queda. Sê viva e sente-me dentro do teu corpo, qual homem, qual fome.

© António Almas




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