Viajas no tempo, como se conseguisses dobrá-lo entre os dedos, como se fosse teu e o usasses a bel-prazer. Vais e voltas como um baloiço em movimento, visitas-me e partes deixando atrás de ti uma pétala seca duma antiga rosa que te dei noutra vida.

Espero-te, como quem espera morrer para poder acordar de novo noutro lugar, num outro tempo, esperando encontrar-te e tomar-te em todo o tempo. São meros vislumbres, promessas de outras épocas, aquilo que me entregas em cartas escritas, nos livros que são como pistas que sigo. Por mais que tente, não consigo passar para lá da estante da biblioteca. As portas estão fechadas, não as deixas abertas quando partes e me abandonas aqui nesta era, onde a espera se faz saudade e esta é apenas a esperança de te reencontrar.


© 2021 - António Almas




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