Entrego-te as mãos, com elas as letras e nos meus lábios as palavras que conjuro como tuas. Entrego-te a prece, o pranto e o canto silente de quem percebe que és a porta para a dimensão divina, o silêncio para o ruído e a paz para as guerras. Eu conheço-te dum tempo antes deste tempo. Já te segurei nos braços e nos abraços me perdi em ti. A tua boca já falou pelos meus lábios e a saliva que te cobriu de beijos já foi minha. Eu sei-te mulher e fiz-me homem em ti, plantei o teu ventre sagrado e amei-te sem fim.


© 2021 - António Almas




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