Tu és o sangue real,

aquele vinho agridoce que se transfigura.
Tu és o cálice da eternidade de onde nasce a verdade.
Em ti nasço, como rio, dos lábios carmim, navego rumo ao teu oceano,
como se fosses água benta,
lugar sacrossanto onde meu corpo se entrega e a minha vida se eterniza.
As tuas palavras são mágicas,
prece eterna, que esvoaçam como primaveras, entre a folhagem fresca da minha floresta.
Deusa dos férteis ventos,
das palavras, dos testamentos,
em ti nasce a sapiência,
que qual ciência nos ensinas,
na tua poética essência.

© 2021 - António Almas



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