A luz da tua Luz, esse reflexo quase indelével, quase pálido, quase imperceptível do brilho que és, é isso que eu sou. As palavras são invólucros onde se guardam sentidos, uma vez escritas viajam no tempo rumo ao infinito, até serem abertas por outros, lidas e sentidas nas suas almas, ou passam desapercebidas e morrem dentro de livros fechados em escaparates empoeirados de alfarrabistas.

Quando fabrico palavras, sou um metalúrgico, crio-as com o fogo do teu sentir e das labaredas guardo a luz que emanas, não as coloco à vista de ninguém, são encomendas secretas que se destinam a ser depuradas como a barra de ferro o é, transformadas em magníficas esculturas, pela mão do teu olhar que ao lê-las as faz tuas e as edifica em maravilhosas estruturas.


© 2021 - António Almas



Comentários

  1. Tão leve tudo que recebo de ti... Invólucro recheado com tanta beleza, que esculpo em mim uma beleza indizível, e palpável apenas à quem toca minh'Alma. Gratidão! ��

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    1. Que lindo Márcia o que escreveste. Sou-te grato por sentires assim com toda essa beleza as minhas palavras, o sentimento é recíproco ao que sinto vindo de ti. Gratidão imensa.

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